Volvo demite 3 mil funcionários e faz corte bilionário em meio a crise no mercado de elétricos e incerteza global

A Volvo anunciou nos últimos dias um corte significativo de pessoal, com a eliminação de 3 mil cargos — a maioria de natureza administrativa — como parte de um plano agressivo de reestruturação. A decisão ocorre em meio a uma conjunção de desafios que incluem custos operacionais elevados, queda na demanda por veículos elétricos ne incertezas ligadas a tarifas comerciais internacionais.

O retorno do ex-CEO Håkan Samuelsson ao comando da montadora sueca coincidiu com o anúncio de um programa para reduzir os custos da empresa em 18 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 1,9 bilhão). Para isso, uma das primeiras medidas é o enxugamento de 15% de seus quadros de funcionários administrativos — uma reestruturação que afetará áreas como pesquisa e desenvolvimento, comunicação, recursos humanos e outras.

O corte implicará em um custo único de reestruturação de 1,5 bilhão de coroas, o equivalente a 900 milhões de reais. A decisão ocorre em um contexto onde a montadora tenta se tornar mais ágil e competitiva em um mercado cada vez mais turbulento e instável. A empresa também sofre pressão com sua baixa rentabilidade: suas ações acumulam queda de 24% no ano, embora tenham registrado alta de 3,6% nesta segunda-feira — antes da notícia sobre as demissões ser oficialmente divulgada.

Além dos problemas internos, a Volvo se vê no centro de uma disputa tarifária internacional. Com a produção concentrada na Europa e na China, a fabricante está vulnerável aos novos impostos anunciados pelos Estados Unidos, especialmente os sugeridos pelo ex-presidente Donald Trump, que ameaça impor tarifas de até 50% sobre carros importados da União Europeia a partir de julho.

Do Notícias Automotivas