Wagnão oficializa saída da categoria e da Volks. “Nos encontramos na luta!”
Homologação aconteceu na Sede do Sindicato na segunda-feira, 9. Ex-presidente trabalhou por 40 anos na montadora e atuou como dirigente sindical na base desde 1987

Foto: Adonis Guerra
O ex-presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, oficializou na manhã desta segunda-feira, 9, sua saída na Volkswagen, em São Bernardo, onde trabalhou por 40 anos. A homologação aconteceu na Sede do Sindicato. “Pelo tempo que passamos enquanto dirigentes, ocupamos um lugar no Sindicato que não pertence a nós, mas à categoria. Quando entrei na CIPA [Comissão Interna de Prevenção de Acidentes] nos anos 1980, foi um período de grande aprendizado”, disse.
“Fui percebendo ainda que o meu objetivo estava muito mais próximo do que eu imaginava e eu pedia todos os dias a Deus, quando eu acordava, que as minhas ações pudessem tocar da melhor maneira possível na vida de cada trabalhador”. Wagnão disse ainda durante a homologação, junto à Direção Executiva e companheiros de fábrica, que o melhor jeito de formar uma pessoa, seja no ambiente de trabalho, seja no movimento sindical, é delegar.
“Isso dá condições para cada um aprender com os próprios erros e acertos, e construir coletivamente esse saber usado a favor da classe trabalhadora, a favor da nossa categoria. Aprendam a ouvir e ensinem os próximos companheiros a fazerem isso. As diferenças na Volks e em outras empresas, por exemplo, me ensinaram muito. Ter a sabedoria necessária para ouvir o contraditório é extremamente importante para a gente conseguir desenvolver o nosso papel da melhor maneira possível neste mundo”.
Na luta

Foto: Adonis Guerra
O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, contou que Wagnão encerrou sua trajetória na Volkswagen, empresa na qual trabalhou e desempenhou, de forma brilhante. “Foram quatro décadas de luta, resistência e dedicação ao nosso projeto. Obrigado e sucesso, companheiro. Tenha a total certeza de que sua história e contribuição foram fundamentais para a classe trabalhadora do ABC e para a nossa categoria. Nos encontramos na luta.”
História
Trabalhador há 40 anos na montadora e sócio do Sindicato desde fevereiro de 1985, foi eleito para a CIPA em 1987 e 1996. Na Comissão de Fábrica, iniciou em 1988. Demitido após uma greve em 1991, foi reintegrado no mesmo ano pela mobilização dos companheiros na fábrica. Dos passos de luta até à presidência dos Metalúrgicos do ABC, seguiu como integrante do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volks em 1998, coordenador do Comitê Sindical de Empresa em 1999, presidente do Dieese em 2005 e secretário-geral de 2008 até ser eleito presidente ao mandato de 2017 a janeiro de 2022.