WEG estima atingir receita operacional de R$ 20 bilhões em 2020

O diretor de relações com investidores da WEG, Laurence Beltrão Gomes, informou há pouco que a empresa tem como plano atingir uma receita operacional líquida de R$ 20 bilhões em 2020. Isso representaria um desempenho cerca de quatro vezes maior do que a receita operacional líquida de 2011.

Gomes não revela, contudo, em detalhes qual será a participação do mercado interno e do mercado externo nesse aumento de receita nem os investimentos previstos até 2020.

Segundo ele, a WEG tem expectativa de crescimento tanto no mercado nacional quanto em outros países, mas no exterior relativamente será o mercado que mais crescerá, uma vez que empresa tem hoje no mercado nacional uma posição mais consolidada e tem como meta se tornar uma companhia cada vez mais global.

O executivo diz que esse planejamento, elaborado em conjunto com a consultoria McKinsey, dá “maior visibilidade” para empresa, ajudando em uma maior “clareza das prioridades”.

Para isso, a WEG pretende, no médio prazo, ampliar a fabricação de produtos fora do Brasil dos atuais 10% para até 20% da sua produção total. Isso deve ocorrer dentro de três a cinco anos, segundo informações do diretor de relações com investidores da companhia.

De acordo com Gomes, ampliar a produção no exterior faz sentido também em decorrência de outras condições dadas pela macroeconomia, como é o caso da questão cambial. Com o real valorizado, há redução da competitividade da exportação a partir das unidades no Brasil e se amplia a necessidade de ter fabricação no exterior.

Atualmente, a WEG tem nove unidades no exterior: Portugal, México, Estados Unidos, China, Índia, Áustria e três unidades na Argentina. No Brasil, concentra a produção em Santa Catarina, em São Paulo e no Espírito Santo.

Investimentos
A companhia planeja investir R$ 293,7 milhões em 2012 em modernização e expansão da capacidade produtiva (ativos imobilizados), um crescimento de 56,3% em relação aos investimentos em ativos fixos realizados em 2011, que somaram R$ 187,9 milhões. Esses investimentos, previstos para 2012, não contemplam possíveis novas aquisições.

Assim como em 2011, a empresa deverá concentrar o investimento em imobilizado, prioritariamente, nas unidades no Brasil, em especial,  na verticalização da unidade de motores elétricos de Linhares, no Espírito Santo, seu mais recente parque fabril.

Segundo Gomes, aos poucos, a empresa pretende fazer em Linhares algo similar ao parque produtivo de Jaraguá do Sul (SC), onde está sua matriz. Isto é, trará para dentro da unidade etapas da produção industrial como: estamparia, fabricação de fios e fundição. Nem todas essas etapas já serão internalizadas agora, sendo esse processo, segundo ele, “gradativo”.

Alem disso, os investimentos serão direcionados à modernização para aumento de produtividade nas demais unidades da empresa no país.

Em 2011, 90% dos investimentos foram destinados aos parques industriais no Brasil e 10% foram para as unidades produtivas e demais subsidiárias no exterior. Gomes não revelou o a repartição do investimento entre Brasil e exterior para o ano de 2012, apenas reforçou que as unidades nacionais serão prioritárias.

Segundo informações da empresa, além dos investimentos em imobilizado, em 2012 haverá R$ 328,4 milhões de investimentos em capital de giro. Somando imobilizado e capital de giro, a empresa prevê 622,1 milhões em investimentos totais.

Resultados
A WEG fechou o ano de 2011 com um lucro líquido de R$ 586,9 milhões, um crescimento de 13% sobre os R$ 519,8 milhões de 2010. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 17% em 2011 ante 15,8% em 2010 e a margem líquida foi de 11,3% contra 11,8% em 2010.

Em todo o ano de 2011, a receita operacional líquida consolidada atingiu R$ 5,12 bilhões, um crescimento de 18,2% em relação ao ano anterior.

No quarto trimestre, a fabricante de motores elétricos sediada em Jaraguá do Sul teve crescimento de 10,4% no lucro líquido, que atingiu R$ 156,2 milhões. A receita operacional líquida no quarto trimestre de 2011 foi de R$ 1,5 bilhão, representando um incremento de 17% sobre o quatro trimestre de 2010.

O resultado foi considerado “satisfatório” pelo executivo diante do cenário externo de economias que estavam “cambaleantes”  e diante de um mercado cada vez mais competitivo dentro do país.

Do Valor Econômico