Xô especulação – Aumento dos juros atrapalha crescimento

O Comitê de Política
Monetária (Copom)
aumentou em 0,75% a
taxa básica de juros, que
agora está em 13% ao
ano. Exceto os especuladores,
ninguém apóia
a medida porque as altas
taxas de juros são contrárias
aos interesses dos
trabalhadores.

Para o presidente da
CUT, Artur Henrique,
aumentar a taxa básica
de juros para conter a
inflação é um absurdo.
“A cada ponto a mais na
taxa, o Brasil gasta com
o pagamento de juros
da dívida pública interna
o equivalente ao orçamento
anual do Bolsa-Família”, protesta.

Segundo ele, o
Bolsa-Família atende
milhões de brasileiros,
enquanto os títulos
da dívida pública são
propriedade de apenas
0,04% das famílias brasileiras.
“Só por isso, já se
pode classificar a política
de aumentar os juros
como uma tragédia, um
crime”, apontou.

Já o presidente do
nosso Sindicato, Sérgio
Nobre, acrescenta que
as conseqüências perversas
são ainda maiores.
“A produção interna
desacelera, o crédito ao
consumidor encarece,
as vendas caem. O potencial
de geração de
empregos fica contraído.
É lamentável. A desaceleração
econômica pode
comprometer o ciclo
de crescimento de longo
prazo e gerar graves
problemas lá na frente”,
afirmou.

O dirigente voltou a
defender a proposta do
Sindicato para a criação
da Câmara dos Alimentos,
pois a pressão inflacionária
está em itens da
cesta-básica. “Tem de
haver a adoção de políticas
de controle contra
a especulação com os
alimentos”, sugere o dirigente.