Zé Dirceu: a continuidade do projeto político é o grande desafio dos trabalhadores em 2010

O ex-Ministro Chefe da Casa Civil disse que a continuação do projeto político iniciado com o governo Lula será o maior desafio dos trabalhadores

Divulgação CNM/CUT

Zé Dirceu falou sobre os desafios dos trabalhadores, o crescimento do país e o comportamento da mídia

O ex-Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, esteve na nova sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, na tarde desta quarta-feira (2). Convidado especial da Plenária Estatutária da CNM/CUT, Dirceu fez uma palestra sobre a conjuntura política, os desafios para 2010 e o papel da militância metalúrgica para o próximo período.

“Este é um momento de reflexão para nós, já que avançamos nos sete anos de governo Lula. Mas agora temos novos desafios”, afirmou.

Após questionar o plenário – formado por lideranças metalúrgicas de todo o país – sobre qual seria o desafio, o próprio Dirceu respondeu dizendo que agora, “não é mais eleger o Lula”, mas dar continuidade ao projeto político iniciado pela atual presidente em 2003. “Isso é mais difícil que eleger uma grande liderança”, completou.

Dirceu frisou que as alianças com outros partidos nas próximas eleições serão mais importantes até do que as realizadas em 2002 e 2006.

Segundo o ex-Ministro, é necessário construir uma mensagem para o país para os próximos 10 anos. Analisar o que foi e o que não foi feito, para poder passar às novas gerações.

“O que nós vamos falar para o jovem? Vamos falar do Prouni, da construção das Universidades Pública e dos 10 milhões de empregos que geraram uma verdadeira distribuição de renda em nosso país”, disse.

Delegados e delegadas acompanham fala de José Dirceu, durante a Plenária Estatutária da CNM/CUT

Para ele, alguns dos desafios são dar continuidade ao PAC, à infra-estrutura brasileira, como portos e aeroportos e também a infra-estrutura social, citando como exemplo ações de melhoria na saúde e saneamento básico, entre outras ações.

O ex-Ministro falou que um dos problemas do país é que nós criamos empregos de baixo valor agregado. “O Brasil precisa de um grande investimento em tecnologia nos próximos anos. Nos anos FHC, não houve investimentos neste setor. Tecnologia significa em primeiro lugar, educação.”

Ao citar que o sistema político-eleitoral brasileiro, Dirceu afirmou: “Ele vai nos levar à ruína”, e citou o modelo alemão como um exemplo a ser seguido. “Temos que ter fidelidade partidária e cláusula de barreira entre outras coisas”, afirmou.

José Dirceu também lembrou que é fundamental para o crescimento do Brasil, a integração dos países da América do Sul. “Deixaremos de ser exportador de matéria-prima para sermos exportadores de tecnologia.”

Popularidade do governo – Ao afirmar que o governo Lula tem hoje 80% de aprovação, Dirceu justificou dizendo que é porque as ações governamentais melhoraram a vida das pessoas. “Vai viajar pelo país para ver se não melhorou?”, questionou.

Ele também criticou a atuação da grande mídia brasileira e chamou a todos para lutar a favor da democratização dos meios de comunicação. “Da forma como está, só tem uma saída. Cancelar a assinatura dos jornais.”. E completou: “Eles (jornais) não ouvem ninguém, não checam informação.”

E finalizou lembrando que este tipo de ação da mídia não acontece só no Brasil. “Na Bolívia e no Uruguai, a esquerda está ganhando eleições em processos democráticos e ninguém fala disso”.

Da CNM/CUT