Zeca retorna ao ABC no 1º de Maio e fala do seu novo álbum
Foto: Adonis Guerra
Uma das atrações mais esperadas do evento do Dia do Trabalhador, o cantor Zeca Pagodinho conversou com a Tribuna Metalúrgica, no último dia 9, no Hotel Tivoli, em São Paulo. Durante a entrevista, falou sobre o seu mais recente álbum “Ser humano” e de sua percepção sobre as pessoas e o samba na atualidade.
Tribuna Metalúrgica – A música que dá título ao álbum “Ser humano” é uma mensagem que faltava passar?
Zeca Pagodinho – Essa música veio no momento certo. É uma mensagem de paz, amor, de um mundo melhor. O Brasil está violento, principalmente o Rio de Janeiro, o carioca não está sorrindo mais, está com medo de ir pra rua.
Eu acredito muito no mundo como era antigamente, era mais calmo, a gente podia andar na rua com tranquilidade, sair à noite. Está faltando humanidade para o ser humano, mas isso é da criação, do contato entre pais e filhos que vai se perdendo, com isso os valores também se perdem.
TM – Você gravou músicas que falam de problemas sociais, como “Menor abandonado” e “Comunidade carente”, como você vê essa relação da música com a luta social?
Zeca – Tem muita gente que faz música assim, só que quem tem que escutar não escuta.
TM – Neste novo CD você fala da alegria do “samba na cozinha fazendo salseiro”. O samba com os amigos ainda é melhor?
Zeca – Essa música é do Serginho Mitiri, o mesmo autor “Deixa a vida me levar um companheiro de muitos anos. Ela representa uma parte muito legal do disco. Inclusive, nós vamos fazer o “Quintal do Pagodinho 3” em CD e DVD com grandes nomes da música. As vezes ainda consigo tempo pra fazer um samba com os amigos no quintal, o palco é trabalho, com os amigos fico de bermuda e sem camisa.
TM – Como está hoje o mundo do samba?
Zeca – Eu não frequento muito, quase não saio mais, mas sei que tem uma molecada que está trabalhando bem, tem uma turma boa aí.
Inclusive, está saindo um DVD por uma rádio do Rio que é produzido pelo meu filho Eduardo, com gente que o público já conhece e que o público não conhece.
TM – Com quem você ainda quer dividir o palco?
Zeca – Essa é uma pergunta que eu ia ter de pensar horas para responder, eu gosto de tanta gente…
TM – Fala um nome, o primeiro que vem à cabeça.
Zeca – Chico Buarque, mas aí é muita pretensão minha…
Da Redação