Ziraldo, presente!

O aclamado escritor infantil e pai do eterno Menino Maluquinho morreu aos 91 anos em sua casa no Rio de Janeiro.

Foi com imensa tristeza que a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC recebeu neste sábado (06/04) a notícia do falecimento do cartunista, chargista e escritor , Ziraldo. 

O aclamado escritor infantil e pai do eterno Menino Maluquinho morreu aos 91 anos em sua casa no Rio de Janeiro. Sua saúde debilitou-se após três acidentes vasculares cerebrais sofridos a partir de 2018.

Durante a ditadura militar (1964-1985), Ziraldo continuou a publicar suas charges e cartuns políticos e, mais do que isso, tornou-se uma das grandes vozes da resistência ao autoritarismo e da defesa da democracia. 

Também chargista, caricaturista e jornalista, ele foi um dos fundadores nos anos 1960 do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar. 

Seu engajamento o levou a ser preso três vezes durante o período, a primeira delas em dezembro de 1968, apenas um dia após a decretação do Ato Institucional Número 5, o AI-5, que deu início ao momento mais duro do regime.

Figura sempre ligada à esquerda, o artista mineiro foi membro do Partido Comunista Brasileiro. Em 2005, se filiou ao recém-criado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), para o qual desenhou o logo. 

Nas eleições, declarou apoio público a candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT), como nas duas vezes em que Dilma Rousseff ganhou a eleição e em 2018, quando Fernando Haddad ficou em segundo lugar. Nas eleições de 2022, apoiou a candidatura vitoriosa de Lula. 

Em 2008, Ziraldo e mais vinte jornalistas que foram perseguidos durante a ditadura, tiveram seu processo de indenização aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. 

Em 1979, passou a se dedicar à literatura para crianças. Seu maior sucesso, “O Menino Maluquinho”, saiu em 1980. Ziraldo e suas obras são considerados um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro de todos os tempos.

Toda a solidariedade a família, amigos de profissão, companheiros de militância, fãs e aqueles que foram alfabetizados com suas obras. Ziraldo presente!