Zumbi e Palmares: Símbolos de resistência e liberdade

Deus da Guerra, Fantasma Imortal ou Morto Vivo. Independente da tradução do nome Zumbi, seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é o mesmo: o maior símbolo da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade igualdade.

Estima-se que ele viveu de 1655 até ser assassinado em 20 de novembro de 1695. Sua história confunde-se com a do Quilombo dos Palmares. Longe dos maus-tratos de seus senhores, os negros fugidos formavam uma sociedade paralela, os quilombos ou mocambos.

Localizado em Pernambuco, Palmares foi o maior e mais duradouro deles. Seu provável início se deu em 1597, num local de terras férteis e água em abundância. Palmares seria uma referência às palmeiras da região.

Zumbi nasceu em Palmares mas cresceu distante dele. Com poucos meses de vida, foi capturado por uma expedição militar e doado a um padre. Batizado como Francisco, aprendeu a ler e escrever, mas aos 15 anos voltou para sua terra natal.

Lá assumiu o nome de Zumbi e destacou-se como chefe militar. A existência dos quilombos incomodava o sistema colonial português e os confrontos eram frequentes. Além disso, os negros no cativeiro ouviam histórias de Palmares e alimentavam a esperança de fugir e juntar-se aos quilombolas. Em seu apogeu, o Quilombo dos Palmares abrigou mais de 20 mil habitantes.

Zumbi adquiriu força política quando se opôs aos acordos de paz aceitos pelo rei Ganga Zumba. Zumbi foi escolhido rei do quilombo e Ganga Zumba, assassinado. A divisão dos palmarinos, no entanto, enfraqueceu o quilombo e intensificou as expedições. Mas Zumbi continuava decidido a não negociar com os representantes da Coroa Portuguesa. Em 1695, uma expedição encontrou Zumbi enfraquecido e o assassinou.

Seu corpo foi decapitado e exposto em praça pública, para desfazer a crença da imortalidade de Zumbi que se espalhara pela colônia. Espetada em um pedaço de pau, a cabeça do mais célebre rei de Palmares permaneceu exposta até sua total decomposição.

Vestígios do Quilombo foram encontrados até 1740, quarenta e cinco anos após o assassinato de Zumbi. Mais uma prova de que a história da resistência escrava não começa nem termina com a queda de Palmares ou o assassinato de Zumbi, embora tenha neles o seu principal capítulo.