Dispensa em massa prova que pessoal do teletrabalho está sendo monitorado

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Foto: Divulgação

O maior banco do país, Itaú, demitiu na última segunda-feira, 8, cerca de mil bancários que trabalhavam em regimes variados de teletrabalho, segundo informações do Sindicato dos Bancários.

A entidade foi surpreendida com essa demissão em massa, realizada sem qualquer diálogo prévio. Os desligamentos se basearam em registros de “inatividade” nas máquinas corporativas. De acordo com o banco, o motivo seria uma suposta queda de produtividade: trabalhadores em home office estariam cumprindo menos horas efetivas do que as registradas na plataforma.

O sindicato repudiou a medida e a falta de respeito ao processo de negociação. “Os trabalhadores foram dispensados sem qualquer advertência prévia e sem diálogo com o sindicato, num claro desrespeito aos bancários e à relação com o movimento sindical”, afirmou a entidade em nota.

O episódio reforça que o teletrabalho é rigidamente monitorado pelas empresas, enquanto os trabalhadores muitas vezes não dispõem de informações transparentes sobre os critérios de avaliação. Demonstra também que, em vez de dialogar de forma séria e respeitosa para buscar soluções, algumas empresas optam pela demissão sumária.

É fundamental considerar ainda as particularidades do trabalho remoto: falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga ou mesmo a forma como as equipes organizam suas atividades, destacou o sindicato.

Portanto, você, teletrabalhador, procure o seu sindicato. É preciso exigir da empresa transparência e boa-fé, cobrando que apresente claramente os parâmetros de gestão adotados e o modelo de monitoramento utilizado.

Departamento Jurídico