Escalada da violência de gênero: a sociedade precisa enfrentar esta mazela

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Esta Tribuna alertou recentemente para a gravidade dos fatos. O tema é urgente. Vivemos uma escalada da violência contra mulheres e meninas no país. No último domingo, milhares de pessoas foram às ruas protestar. Na categoria metalúrgica do ABC, a Comissão das Metalúrgicas participou, no dia 29, da mobilização 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, organizada pela Frente Regional do ABC.

Os números falam por si. Segundo o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher, do Ministério das Mulheres, foram registrados 1.450 feminicídios em 2024, além de 2.485 homicídios dolosos e lesões seguidas de morte contra mulheres. A violência sexual também assusta: 71.892 estupros no ano, média de 196 por dia. A maioria das vítimas são meninas de até 13 anos, agredidas em casa por pessoas conhecidas.

A violência também tem recorte racial: mais de 60% das vítimas adultas são pretas ou pardas, evidenciando a relação entre gênero, raça e vulnerabilidade social. Na Justiça, em 2024, foram julgados 6.066 processos de feminicídio em primeira instância e registrados cerca de 869 mil pedidos de medidas protetivas, com 92% concedidos. Ainda assim, há alta subnotificação.

O crescimento do ódio na sociedade, especialmente na política, alimenta esse cenário. Cabe um alerta aos homens: é preciso enfrentar o machismo dentro de casa, raiz dessa violência. Basta de armas, ódio e brutalidade. É urgente promover a cultura da paz, antes que seja tarde demais.

Departamento Jurídico