O Adeus a Domenico de Masi – o defensor do ócio criativo

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Foto: Divulgação

Pedimos licença ao leitor desta coluna costumeira­mente dedicada aos as­suntos jurídicos para fazer esta singela homenagem a um grande pensador que dedicou sua vida e pesqui­sas à busca por uma outra visão de mundo, diversa do capitalismo selvagem a que estamos submetidos há décadas.

Trata-se do professor italiano e pesquisador dos temas do trabalho, Dome­nico De Masi, que faleceu, no último final de semana, aos 85 anos.

De Masi, dentre tantos estudos e textos publicados, notabilizou-se pela teoria do Ócio Criativo, a defen­der que a tecnologia não é um fim em si mesmo; serve para que se viva melhor. “A tecnologia elimina cansaço e sofrimento”, dizia ele em suas muitas entrevistas.

As novas tecnologias poderiam sobretudo per­mitir a redução das horas trabalhadas e o tempo livre deveria ser direcionado pelo trabalhador para as atividades criativas, tendo a educação e a cultura como alvos principais. “Países devem investir em pro­dução de ideias, pesquisa”, alertava ele.

Além disto, previa que os empregos mais valori­zados no futuro serão do tipo “intelectual criativo”, mesmo na indústria onde a exigência é por operários cada vez mais qualificados.

A criatividade, portanto, deve se transformar cres­centemente numa das prin­cipias características do ser humano e do profissional nestes novos tempos de sociedade pós-industrial. E “para ser criativo, é essencial o cruzamento entre racio­nalidade e emotividade”.

Enfim, De Masi dedi­cou sua vida de estudos e pesquisas a demonstrar que um outro mundo é possível, com menos ganância, sofri­mento e tristeza. Em seu lu­gar pregava uma revolução com base na inteligência criativa, arte, cultura e soli­dariedade.

Vai fazer muita falta!

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