Pressão deu resultado

Nas últimas semanas, esta Tribuna e a nossa coluna do Jurídico divulgaram a tentativa de o governo Bolsonaro realizar mais um golpe contra os direitos dos trabalhadores.

Foto: Divulgação

A boa notícia é que, no dia 01/09/2021, o Senado rejeitou esta Medida Provisória 1.045 (por 47 votos a 27).

O argumento dos neoliberais como Paulo Guedes (Ministro da Economia) é que existem hoje cerca de quinze milhões de trabalhadores desempregados e muitos deles topariam trabalhar com menos direitos, devido às dificuldades que enfrentam para se sustentar atualmente.

Este argumento é bizarro, pois justificaria, ao extremo o próprio retorno à escravidão. Retornemos aos anos 1889 ou 1890, algum tempo após a abolição da escravatura (em 13/maio/1888). Caso fosse perguntado aos recém libertos (ex-escravos), em situação de miséria, após o ato assinado pela princesa Isabel, se concordariam em voltar a trabalhar, o que responderiam?

É possível imaginar que, ao menos alguns destes pais e mães de família, desesperados, dissessem que aceitariam voltar a trabalhar nas fazendas de café ou de cana-de-açúcar em troca de um teto e de comida, por pior que fosse a escravidão.

Ou seja, o país atual encontra-se em situação de grave crise pandêmica e econômica, causada esta pelo próprio (des)governo Bolsonaro (e antes dele, o de Temer), o que leva milhões de desempregados ao extremo da miséria e da fome e este é o mesmo argumento para Bolsonaro e os seus aprovarem medidas que levam ao trabalho sem direitos.

Querem que o trabalhador “pague o pato” da crise gerada pelos golpistas.

Felizmente, porém, a pressão dos trabalhadores, desta vez, gerou resultado e os senadores resolveram rejeitar a medida provisória de Bolsonaro.

Ao menos desta vez tivemos uma boa notícia…

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