Quanto vale a vida de um gari?
Esta é uma pergunta válida nos dias de hoje. Se for feita a Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário de Belo Horizonte, a resposta é simples: não vale nada!

Renê é supostamente o autor do disparo que matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, na última segunda-feira, 11, na capital mineira.
O empresário, casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, foi encontrado mais tarde numa academia de ginástica onde foi detido pela polícia.
Testemunhas contaram que o gari estava trabalhando na coleta quando o empresário passou de carro e exigiu que o caminhão de lixo deixasse a rua para que o carro dele, um veículo elétrico BYD, passasse. Após ameaçar e discutir com a motorista do caminhão, o empresário desceu do carro e disparou contra os garis, momento em que Laudemir foi atingido.
Renê se apresenta em suas redes sociais como “cristão, marido, pai e patriota”. Se condenado, poderá enriquecer seu currículo com mais um adjetivo: homicida.
Nos últimos anos, é nítido o crescimento do número de homicídios por motivos torpes ou banais, ao mesmo tempo em que aumenta a quantidade de feminicídios e outras covardes agressões a mulheres e crianças.
Alimenta-se, atualmente, com vigor, a cultura da violência, ódio e hostilidades de todo tipo. No Governo Bolsonaro escancarou-se a venda de armas. O próprio presidente verbalizou a vontade de metralhar opositores.
Pense: a quem interessa uma população repleta de ódio e rancor? Há ampla difusão da ideia de que “o outro é perigoso”, “é o inimigo a ser morto”. Portanto, “arme-se e prepare-se para a luta”.
A sociedade brasileira precisa dar um basta a tudo isto! Adotar a cultura da paz e da tolerância! Ao mesmo tempo, também não se pode abrir mão de aplicar com rigor a lei para coibir tais crimes pavorosos. A esperança é o que nos move. E o amor vencerá.